Transformação digital deve guiar os negócios das empresas brasileiras
De acordo com o estudo “Covid-19 e o futuro dos negócios”, realizado pela IBM com mais de 3.800 executivos C-Level em 20 países e 22 setores, seis em cada dez empresas aceleraram projetos de digitalização no último ano e 51% dos executivos planejam priorizar ações desse tipo nos próximos dois anos.
A migração para o digital já era tendência em diversos mercados antes mesmo da pandemia e, com o isolamento social, o movimento tomou uma proporção muito maior em uma fração do tempo projetado. Donos de negócios e empreendedores tendem a pensar que a transformação digital se resume a lançar opções de venda e atendimento em redes sociais, porém o processo vai muito além disso. A tecnologia se tornou peça-chave para os negócios e pode ser integrada a inúmeras frentes dentro das empresas.
Mais do que nunca, o consumidor é protagonista para que empresas ofereçam experiências únicas e personalizadas e se diferenciem no mercado. Desde o marketing digital, inteligência artificial e automação até serviços de nuvem e dados, hoje as companhias de setores variados contam com opções de soluções para se conectarem com os clientes e atenderem às suas necessidades – que estão em constante transformação.
Desde o ano passado, empresas de diferentes segmentos se adaptaram ao novo cenário para atender à nova demanda e incorporaram a transformação digital, por meio de mudanças nos processos internos, implementação de canais de atendimento online e vendas de produtos e serviços. Aqui estão alguns exemplos de mercados que se reinventaram para se adequar ao momento:
Delivery
Um dos segmentos que mais cresceu durante a pandemia foi o de delivery. O que antes era um hábito esporádico, passou a ser a única opção para as pessoas em isolamento. Segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a porcentagem de entrevistados que realizou pelo menos uma compra de delivery de comida nos últimos 12 meses dobrou na comparação com 2019, passando de 30% para 55%.
E esse crescimento não se restringiu apenas ao setor alimentício, se estendendo a farmácias, lojas de roupas e calçados. No varejo, os espaços físicos, com araras e peças expostas, tiveram seus dias contados para evitar o contato humano. Segundo levantamento da Maiores e Melhores, da Exame, os shopping centers, por exemplo, perderam 33% do faturamento no ano que passou.
A experiência positiva e personalizada dos consumidores se tornou ainda mais essencial e, para se adaptar ao novo cenário, empresas do setor de moda, por exemplo, se viram obrigadas a desenvolver e-commerces completos, com opções de provador virtual e realidade aumentada, além de flexibilizar políticas de devolução. Outro movimento necessário para continuar atendendo à demanda foi ampliar as parcerias com serviços de entregas, frotas de motoboys e transportadoras.
Telemedicina
A saúde também foi uma das áreas com maior desenvolvimento no último ano. A telemedicina se transformou numa grande aliada dos médicos e dos pacientes que, mesmo com a obrigatoriedade do isolamento social, continuaram precisando de assistência. No Brasil, a telemedicina teve sua regulamentação temporária liberada e, desde então, é a primeira opção para muitos atendimentos.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital, entre 2020 e 2021, foram realizados mais de 7,5 milhões de atendimentos via telemedicina no país. Desse total, 1% foi fundamental para salvar vidas em situações urgentes. Ainda, após o sucesso com a experiência no atendimento online, 46% das pessoas que usaram o método afirmaram que vão continuar utilizando essa modalidade.
Além disso, de acordo com estudo da Zebra Technologies, 77% dos pacientes avaliam positivamente o uso de dispositivos móveis durante as consultas médicas. A pesquisa também revelou que a digitalização de ferramentas para a otimização do atendimento de pacientes pode reduzir em 61% as chances de prescrever medicamentos errados, 52% as falhas na hora de etiquetar amostras e em 46% equívocos médicos evitáveis.
A telemedicina foi muito bem recebida não só pelas pessoas que precisavam de atendimentos clínicos, mas também para os atendimentos voltados para saúde mental. Reflexo disso é o dado levantado pela e-Psi, plataforma que habilita psicólogos a fazerem sessões pela internet, de que, entre março de 2020 e agosto de 2021, 137 mil psicólogos se cadastraram no portal para atender pacientes remotamente.
Seguros
As mudanças nos hábitos de consumo também afetaram o setor de seguros, no qual os clientes passaram a demandar por soluções cada vez mais customizadas para os seus momentos de vida. De acordo com estudo do Offerwise, 73% dos brasileiros passaram a enxergar suas casas de maneira diferente durante a pandemia, graças à implementação do home office, e a contratação de serviços de proteção aos imóveis ganhou espaço.
Outro segmento do mercado segurador que teve um aumento na demanda por conta da pandemia foi o de vida, principalmente por seguros que contemplam coberturas para a COVID-19. A partir disso, as seguradoras se adaptaram ao novo cenário por meio de opções digitais que atendessem às necessidades dos segurados com segurança e de forma personalizada, como aplicativos de clientes, atendimento via WhatsApp e opções de autosserviços.
Seguradoras investem na transformação digital há anos a fim de sempre atender às necessidades dos clientes. E, ao acompanhar de perto as tendências de consumo e as mudanças nas preferências dos consumidores, é possível desenvolver soluções personalizadas que ofereçam uma experiência positiva, fluida e transparente. Como parte dessa movimentação, a maioria das seguradoras, como por exemplo a Liberty Seguros, atuam com plataformas online de contratação de seguros de vida, aplicativos para clientes com informações sobre as apólices contratadas, opções de acionar assistências residenciais por meio do app, pagamento via PIX, atendimento via WhatsApp, entre outros.
O caminho da transformação digital está em constante atualização. É visível que grande parte das companhias, independentemente do nicho em que atuam, estão atentas a isso e trabalham para aprimorar suas jornadas de consumo cada vez mais. Mudanças e reinvenção são tendências claras para o futuro, por isso, uma boa solução para as empresas é acompanhar as possíveis fricções na jornada dos clientes, para que sejam resolvidas rapidamente, e entender cada perfil de usuário da marca, assim podem oferecer uma experiência personalizada para cada um deles.
Texto por: Portal Comunique-se | www.portal.comunique-se.com.br